É o tempo que nos resta
Pra tudo nesta vida
É o tempo que nos resta
Porque não sobra tempo
Quando a vida é uma festa
Rapidamente a vagarosidade
Se distrai com os ponteiros
Que correm juntos dos grãos
Da velha ampulheta sobre a mesma mesa
Do antigo moinho de ventos
A maré que vem é a mesma que se vai
Mas é o tempo que passa em formas
De sons, de ondas, de brisas e saudades
Esse é o tempo que nos resta,
Se ele voa original, corre anormal
Se ele fica, ficou ou ficará pra alguém?
Ele não para não é de ninguém
Nem com as pontuações das frases
Ele deixou de ser enigmático e curioso
Desejado como um ponto luminoso
O tempo nos pesará sua opulência
Sobre a balança da vida
Num lado pesa o seu destino
E no outro a sua escolha
Sim, é pouco tempo que nos resta...