NUM TEMPO DE MAÇÃS


Houve um tempo em que
Maçãs pendiam dos galhos
e os quintais guardavam os cheiros da infância.
Céus azulavam-se, e ao redor dos riachos,
mãos empunhavam anzóis.
Vozes esganiçadas cantarolavam refrões
E as sementes dos "branquinhos" estouravam sobre a correnteza.
Os dias eram lerdos e o sol adulava sonhos pueris.
Hoje é um tempo em que...
Já não pendem dos galhos as maçãs.
Os quintais morrem de vergonha do asfalto
As vozes quase calaram-se.
Os passos buscam inutilmente
beiras de riachos por onde
Germinavam os "branquinhos"
Viajantes das correntezas.


Joel Gomes  Teixeira