A FACE DO ABISMO E A MULHER

A face do abismo era da cor vermelho vivo no princípio da contagem do tempo. Era o magma derretido que em seu magnetismo se aglomerava incandescido e assumia a forma da esfera. O planeta vermelho, assim foi denominado e assim foi conhecido. A água ainda não havia sido manifesta. O espírito encarnava a matéria que por sua vez se agitava.

Por diversos ciclos super luminares a esfera se manteve nesse estado, resfriando-se gradualmente. As moléculas do fogo símbolo do supremo e da força consumidora, deram lugar ao princípio sutil símbolo do sentimento e da fragilidade. A sutileza da água brotou da sapiência do fogo e assim se fez a harmonia plena sobre as esferas.

O planeta vermelho tonalizou-se com a coloração azul índigo, resfriou-se integralmente e a lava incandescente assumiu um novo posto, lançando as bases e os alicerces do que se conhece hoje como o firmamento. Houve paz por alguns momentos e em um desses momentos nasceu a primeira flor, seu nome era <Rosa>.

Mulher...

Alma da terra, linda sois vós pelo que és... Arquétipo do zelo e da majestade, rainha de pura beleza.

Vós sois a filha da alva e a mãe de toda a natureza. Saiba mulher, não é o teu cabelo loiro, nem os teus olhos azuis que te fazem a garota mais bela, não é tua pele negra brilhante, nem o teu gingado de brasileira, não são suas curvas ou os seus seios fartos que te tornam moça notável.

O que mais me admira em ti é a tua compostura, muito mais do que a aparência é a tua entonação de voz e as ordens do teu comando.

Enquanto ser coletivo, tu acolhestes o meu espírito em teus braços, me deu esperanças e cuidou de mim em minha fragilidade, me corrigiu as falhas e aperfeiçoou o meu caráter. Portanto, bendita sejas tu dentre todas as mulheres e para sempre seja louvada! que assim seja!