A MAGIA DE SONHAR




As recordações da minha infância que permanecem vivas na tela do meu pensamento, são caprichos que me conduzem de volta ao meu longínquo passado. Retroagindo no tempo; eu me sinto novamente aquele menino do ontem, envolvido pela magia de sonhos e fantasias da infância e adolescência, em pleno advento de minha saudosa juventude.
Parece-me, mais um conto de fadas, do que propriamente aquela realidade vivenciada numa época de pureza de alma e coração. Tudo era mágico e a vida seguia um curso saudável de paz e harmonia. Não havia si quer a existência de um rádio, para poluir a minha imaginação na formação de minha personalidade. Respirava-se um ar puro e carregado de oxigênio perfumado pelas flores do campo naquele paraíso silvestre com um profundo respeito ambiental. Naquela magia de sonhos estava toda a beleza e a motivação da vida.
Um simples ninho de rolinha sobre um arbusto empancado de florzinhas amarelas era algo maravilhoso aos meus olhos de menino da roça. Ao ver eclodir aqueles ovinhos minúsculos, causava–me admiração. Um beija flor construindo seu ninho com sutileza, o João de barro naquele vai vem constante levantando a sua casinha com sua arquitetura inteligente. Tudo isso era magia e diversão no meu mundo infantil.
O tempo era vagaroso e a vida lenta, a lua escondia seus mistérios e as estrelas compartilhavam os segredos do universo com infinito azul entre as nuvens em formatos de carneirinhos e tantos outros desenhos. A aurora e crepúsculo principais súditos do astro rei abriam e fechavam com chave de ouro o palco universal, para que ele, o sol, navegasse com toda soberania enchendo de luz a face da terra aquecendo tudo. Dourando as verdejantes matas com seus filetes de ouro penetrantes, sobre os lençóis da neblina bocejada pelos lagos e rios, após as copiosas chuvas que caiam, com suas gotas graúdas e saudáveis. Enquanto as chaminés expeliam sua fumaça branca, ora em riste indo de encontro ao índigo azul do céu, ora encurvados sobre as verdejantes matas, num belo espetáculo, anunciando mais e um laborioso dia no ritual de trabalho do cotidiano rural. A natureza com sua exuberância cumpriam seu papel livre da arrogância humana sem as agressões sofridas atualmente. Seus pequenos arranhões causados pelas ferramentas rudimentares e artesanais do sertanejo colonizando a terra eram logo recuperados por ela. Que generosamente alimentava a fauna e a flora silvestre com sua diversidade de frutos e flores. Onde havia uma sinfonia encantadora, orquestrada pelas aves do céu com suas partituras apresentadas em coro com os murmúrios; dos rios rolando pedras e o lamento das cachoeiras no seu despencar saudável e cristalino. Enquanto os animaizinhos silvestres cumprindo um papel fundamental espalhavam as sementes contribuindo de forma significativa com o meio ambiente. Nesse ambiente eu fui criado, um sonho que passou tão rápido com um estalar de dedos e que mais parece o sonho de uma mente  tranquila que vive em paz harmonia com seu dever cumprido !





OBS:(IMAGEM GOOGLO)








 
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 09/02/2020
Reeditado em 09/02/2020
Código do texto: T6862129
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