Dona sempre
Só não quero que pensem que isso tem a ver com algo
Ou com alguém
Nunca teve
Talvez tivesse
Mas é minha fraqueza de caráter
Minha falta de apetite
A ausência de perseverança
A demasia de amor
Eu vou Dona, eu vou
Já não acredito mais nessa coisa de voltar
Voltar pra onde? Pra quem?
Já não acredito em nada
O cansaço de quem nunca trabalhou demais
A dor de quem nunca sangrou de mais
O abismo de quem sempre viu fundo
Eu vou se tu prometer me amar para sempre
Eu vou se eu puder deitar de novo no teu colo húmido e infindável
Eu vou pra onde tudo começa
Na porta daquela igreja
no meio da cana de açucar e o ladrar dos cães de rua
Foi a última coisa que eu escutei
os comércios fechando, os mendigos mendigando e os cães
Já escuto, já to indo, Dona
Eu te espero aqui
Antes que o sino bata já terei perdido o perdão