A bela

Bela silenciou as notificações,

notou-se na crueza de ser apenas ela.

São tantas vozes que lhe falam que ela malmente se escuta.

Se enluta nas perdas que tenta evitar.

Se evita, se incita ao roteiro daquele filme clichê.

Cadê? Pergunta-se por que não encontra o que visualiza.

Poetiza-se na dor que rende-lhe os melhores versos.

Se versa na versão de agora, coloca-se do avesso

tirando o que está dentro e apesar do silêncio

ouve os gritos que tentam acordar

a Bela adormecida para a vida real.

Sem contos de fada, canto morto,

às vezes a vida é foda é fado,

mesmo com enfado melhor vê-la e vivê-la com os olhos abertos.

Tatiane Pereira dos Santos
Enviado por Tatiane Pereira dos Santos em 15/02/2020
Reeditado em 18/11/2020
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