Mendigo

Vejo o sol que resplandece e

salta das nuvens reverenciando

o dia que nasce com o pulsar da vida,

mesmo que moribunda ainda insiste.

Onde nem a dor é sentida

e todos os sentimentos indiferentes.

Vive dentro de mim um mendigo,

que busca no súbito silêncio a esperança do amor que persiste.

No dia que não tem reprise, na noite interminável,

na cor púrpura de minh’alma que sofre

um vazio imenso, uma camada de ozônio,

que se resume no nada para compor uma canção.

Queria ver seu sorriso, os dentes brancos e bonitos,

pois hoje é dele que preciso, anseio seu toque suave

e a chave inexorável do seu coração

para alojar-me no jardim das tuas emoções.

Arriar minha cabeça em teu peito másculo

Deixar as lágrimas rolarem pela face ainda pálida

Aconchegar-me em teus braços, como ninho

e inebriar-me com tuas palavras cálidas.

Sou mendigo vagando pelo mundo da solidão

Vasculhando o lixo e tentando juntar meus pedaços.

Dormindo nas ruas da amargura, me aquecendo com jornal,

pois o frio que congela meu ser já não causa tanto mal.

Minnie Sevla/Ramgad

Minnie Sevla
Enviado por Minnie Sevla em 09/10/2007
Código do texto: T686730
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