O DEPOIS É O QUE VIRÁ

Quem vier a me encontrar, já possuído por um vesgo olhar vazio, sobressaltado, não me grite e incite a um improvável retorno; não alardeie os vizinhos à hora do respeito; cuide só das burocracias, mas autorizo a me jogar em qualquer vala, cova rasa. Não obstante, numa urna vagabunda!

Se almas mesmo existem, sei que o meu destino será penar, vagar por aí à tomar posse de mentes trabalhadoras e corruptas, as quais eu venha me afeiçoar.

(RODRIGO PINTO)