O demiurgo afobado

A vida entranhada no pente que alisou suas madeixas é cúmplice dos sonhos lúcidos que o demiurgo teve quando descansou, no sétimo dia. Dizem as más línguas que a figura, pra levar o mérito sozinho, negou tanto o martelo de Thor quanto a lábia de Loki: foi difícil cortar toda a madeira pra te enfornar, mais ainda foi a retórica até te roubar um beijo! E assim seus defeitinhos ficaram como só Ele sabe. Por capricho, pensou em incrementar as luas de saturno com o cheirinho de seu suvaco, lustrou as estrelas com o brilho de seu suor escorregado pela nuca, depois do trabalho. Mas como o danado botou nas suas aréolas a cor do Cupido e o cheirinho de Vênus? Nosso Deus, o que tem de afobado tem de hedonista.