Criação de Poeta

Para mim, o primeiro poeta foi Deus.

Juntando palavras e ações, Ele criou.

Criou os céus e a terra, dando forma ao que não existia.

Assim faz um poeta.

Ele junta palavras, as escreve e cria um texto.

O texto adquire corpo. Corpo de poesia, de crônica, de conto, tanto faz...o que importa é que antes, as palavras - que estavam sem forma, soltas, perdidas, vazias - agora, livres do caos, emergem das trevas para a luz.

Saem da obscuridade e ganham vida, que reflete a própria alma, como em um espelho.

Haja poesia!

Haja inspiração!

E assim acontece...

De dia ou de noite, em qualquer estação, debaixo de sol escaldante ou chuva torrencial, o poeta dá a luz.

Às vezes, sorrindo, outras vezes, em meio a lágrimas de dor, ele cria e o som da sua poesia é tão doce, tão suave, tão amena...

Mas nem sempre é assim.

Algumas crias são ferozes, contundentes, frias, secas.

Expelí-las é tortura, é tormento, quase um castigo.

Ambos os tipos, se desdobram em vários outros.

São geradas com o coração e o coração de um poeta bate forte.

Bate no ritmo da emoção, do sentimento.

O poeta-criador procura a perfeição, de várias formas.

Ele pronuncia palavras, junta frases, põe no papel.

Orgulhoso, mostra seus rebentos.

Rebentos bem feitos! Nenhum filho é feio...

O mundo não foi feito para o silêncio.

Se assim fosse, Deus não teria criado os poetas.

Se assim fosse, os poetas não cumpririam sua missão, que lhes foi destinada a fazer: revolucionar.