Menina linda de vestido branco, coroa de flores na cabeça e nas mãos a flor que levava o símbolo da união em tons dourados. Depois da marcha nupcial era a música mais bela que a embalava, enquanto dava passos leves ao encontro do amor, aos olhares cheios de expectativas de um casal que o exalava em cada olhar. Orgulho da família, aqula pequena menina, era a primeira vez que carregava o amor entre os dedos suados e com o coração acelerado, tentando disfarçar o nervosismo de viver seu sonho de adentrar aquela igreja, ser realizado. Um escorregão em meio à emoção não lhe apagava o brilho, nem mesmo a dúvida de quem seria o receptor daquela encomenda tão esperada, tão festejada. As flores o entorno, a beleza da noiva que com seus verdes olhos destilava suavidade  e serenidade num vestido que lhe caía como uma luva mágica: beleza singuar em flashes postados em filtro. A lembrança a transportara para um lugar tão lindo, capaz de arracar-lhe lágrimas.
- Mãe,  estava dormindo? Já são mais de meia noite e estava pensando que deveria mandar uma mensagem para o padrinho que está no leito de hospital apenas para dizer o quanto representa pra mim, tão jovem e tendo que, abruptamente, receber um diagnóstico tão doloroso. (...) Você tem razão, mãe. Não são horas. Boa noite. Deixo pra amanhã.
No rascunho, a mensagem digitada: " Estando embora de alma lavada, a vida que se encarrega de traçar essa jornada, deu a ti uma senteça. Não se entregue, senta na alma e descansa, quem nunca foi vítima de uma grande mudança? Faz de conta que te levo flores, como no dia do teu casamento, não agora para marcar sua união, mais para me encher de contento, pois foi vendo seu exemplo de amor que me aventurei no tempo. Receba as flores que te dou, mas hoje vão com o sabor de quem tem mais amor por dentro. Quando voltares, quero portar novamente a aliança do amor de vocês que nem na saúde e nem na doença não se separaram. Sou testemunha de que o amor é dádiva... E perdura." 
- Alô, mãe? Ligando essa hora. O que houve? Nossa, mas escrevi a mensagem, nem mandei ainda, como assim ele se foi?
Era só um rascunho. nem deu tempo de passar a limpo. A vida se foi...

 
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 21/03/2020
Reeditado em 21/03/2020
Código do texto: T6893531
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