Sem Paciência




Entre o sono e o sonho, um reencontro. É hora de me ouvir, por necessitar e por gostar mesmo de saber do meu coração, da minha alma inquieta, entender suas razões, seus vãos e desvãos.
Ao me ouvir, um propósito, pois considero imperativo continuar seguindo em frente, apesar do gosto amargo na boca, da sensação desconfortavel da incompreensão.
Ao me ouvir, recomendações: não se intimide, de não se cobre, não se culpe, e se puder, não se aborreça com atitudes e gestos de mesquinhez ou egoísmo de quem não cresce, não aprende com os tropeços, de quem envelhece mas não amadurece.
Ao me ouvir, uma certeza: o mundo dá as voltas necessárias para que todos e cada um cumpra seu ciclo e, mesmo sem  paciência, sei ser fundamental continuar me empenhando para respeitar quem silencia, quem se distancia, quem faz escolhas que nunca seriam minhas, pois entendo que todas as pessoas, inclusive eu mesma, têm o direito de ser o que são e de não atender as expectativas de quem quer que seja.
Ao me ouvir, não esqueço que solidão nem sempre é escolha mas solitude é conquista e é bom que traga consigo bons desafios, novas descobertas e algumas tarefas a serem cumpridas... Quem sabe surpresas no caminho? O que posso dizer é que estou sempre disposta a ouvir e de braços abertos para acolher quem me escolhe.
No mais, a vida segue, queiramos ou não e o importante é ficar bem, encarar o que aparece com muita determinação e alguma serenidade.
E, quem sabe, torcer por um pouco mais de paciência....