AMÁLIA A GAROTA QUE ENGOLIU UMA MOSCA

Era uma manhã de primavera, não tinha chovido à noite, a aurora estava bela. Um clima agradável, o cheiro das flores e das matas embalados pelos ventos penetrava nas fendas das casas e acordava os mais românticos. Na vila onde tinha poucos moradores, Ana Rússia amante da beleza e da natureza, lá construiu uma modesta casa que batizou como santuário sagrado para habitar e sonhar. Amália, uma irmã muito querida, que até hoje gosta muito do lugar, e em época de primavera, tira uns dias de férias para apreciar o belo das redondezas e repousar.

Perto da casa dela tem um curral de gado, um galinheiro e um chiqueiro de porco. Tudo muito limpo, muito bem cuidados. Amália, uma garota bem criada, muito educada, com um corpo escultural e um rosto delicado, todo homem ao vê-la, logo cobiçava com ela namorar.

Nas primeiras horas da manhã bonita, ela acordou cedinho, foi curtir a natureza, e na sequência também os piões tirando leite das vacas. Entre eles um varão musculoso, baixinho, de nome Ristênio, esse pião a deixou sem fôlego, foi amor a primeira vista.

O céu continuava lindo, mas que os outros dias, nuvens passeando no céu, o sol nascendo e clareando todo quintal. Já satisfeita e feliz, Amália retornou à casa com um sorriso misterioso e apaixonante. Na cozinha, uma grande mesa e o café matinal já estava servido. Tinha de tudo; desde leite fresco, frutas e até cuscus. Sua irmã Ana Rússia, já bem sentada a esperava para juntas comerem as delícias fresquinhas. Houve uma saudação de bom dia, e em seguida, as duas se serviram a vontade.

Amália entusiasmada falava sem parar, num abrir de boca, assim como as nuvens voando, uma mosca também fazia a mesma coisa tentando pousar para comer restos caídos na mesa, mas a coitada errou o pouso e foi parar dentro da boca de Amália; foi um momento constrangedor, sem jeito, ela engoliu a mesma sem sequer mastigar. Nada mais podia ser feito, pois pela boca não podia mais sair, o consolo era esperar, e assim aconteceu.

Na manhã seguinte, Amália em suas necessidades fisiológicas foi surpreendida com um formigar infernal, era a dita mosca lutando pela sobrevivência, se mexia dentro dela numa luta sem fim, daí, desesperada, encontrou uma saída por um outro local, saiu como uma louca desgovernada, voou velozmente sem rumo, com a cara suja, sem enxergar nada, bateu no teto do banheiro, de lá despencou, caiu, desmaiou e morreu. A coitada não teve escolha, não morreu ao ser engolida, mas morreu da inesperada e infausta batida. Assim, aconteceu e a Amália nunca mais se esqueceu. Fato consumado, mas, ao saber da confusão da mosca, o Ristênio apareceu para ver como se sentia a Amália, fato esse, que ao se olharem de novo, os dois se abraçaram, daí se uniram, e vivem ainda uma linda história de amor, como a de Romeu e Julieta.

José Maria
Enviado por José Maria em 24/03/2020
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