EU EM MIM

Ouço o soturno envazar das veias

Que nem, embora sejam aldeias

Tórridas, incólumes e hipócritas

Cegas, rotas e prófugas ceias

A nos alimentar com o fel da boca

Eu, confuso, vingo-me e singro

Aqueles velhos, soltos e austeros mares

Com gosto de lobisomem, donde urram feras

E o meu mais esdrúxulo cansar ecoa sozinho

Não há pena ou penar; não há escória ou versar

Só espero de ti, um alvéolo pelo qual possa me desesperar

Para, pelo e ante o qual possa amar

E só amar em todo o solo do restar

Sobretudo a trinar em bocejar

Um agouro, um sabor maléfico, supro e sápido

Um entorno da botelha ácida, o suplicar do segurar

A alegria que há em mim!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 11/10/2007
Reeditado em 24/04/2008
Código do texto: T690627
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