A origem

Tudo é um tanto de caos

Sem tato

Apenas com fatos

Minhas palavras pouco fazem sentido

E penso que talvez

Se

Talvez

O precipício seja a fonte disso tudo

Vi um filme

Sobre a relatividade

Da realidade

E me imagino

Na mesma loucura

De insanidade

Li que a paixão nada mais

É

Do que a paixão por si mesmo

Espelhado no próximo

Imagino que seja esse o motivo

De eu não me encaixar em

Lugar algum

Freud disse isso

Sinto que o precipício me chama

Com louvor

E me sinto louca

Nessa dança frenética

Quase que infinita

De angústia

Me denominei com tantos adjetivos

E no fim eu sou apenas um jarro

Vazio

Empoeirado

Cheio de palavras

Desconexas

Que não fazem o menor sentido

Entre si

Entre outras

Sou o que dizem que sou

Mas nem eu mesma sei quem sou

Ou talvez no fim

Saiba

Porém me recuso a aceitar

Que sou o que sou

Minha palavras

São como meus pés

E mãos

Calejados

E cansados

Sinto que perco um pouco de mim

Em casa quina

Cada esquina

Pálida

Como tudo que eu sinto

Quero parar

Apenas parar tudo isso

Toda essa melancólica

Que me persegue

Essa agonia

Bizarra e incoerente

Me diz me diz

O que deve ser feito?

Aceitar a proposta do precipício?

Ou continuar sofrendo por cada

Oxigênio que inspiro

Inferno

Sinto dor

No corpo todo

No cérebro

No pulmão cansado de tentar

caroltell
Enviado por caroltell em 04/04/2020
Código do texto: T6906701
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.