A origem
Tudo é um tanto de caos
Sem tato
Apenas com fatos
Minhas palavras pouco fazem sentido
E penso que talvez
Se
Talvez
O precipício seja a fonte disso tudo
Vi um filme
Sobre a relatividade
Da realidade
E me imagino
Na mesma loucura
De insanidade
Li que a paixão nada mais
É
Do que a paixão por si mesmo
Espelhado no próximo
Imagino que seja esse o motivo
De eu não me encaixar em
Lugar algum
Freud disse isso
Sinto que o precipício me chama
Com louvor
E me sinto louca
Nessa dança frenética
Quase que infinita
De angústia
Me denominei com tantos adjetivos
E no fim eu sou apenas um jarro
Vazio
Empoeirado
Cheio de palavras
Desconexas
Que não fazem o menor sentido
Entre si
Entre outras
Sou o que dizem que sou
Mas nem eu mesma sei quem sou
Ou talvez no fim
Saiba
Porém me recuso a aceitar
Que sou o que sou
Minha palavras
São como meus pés
E mãos
Calejados
E cansados
Sinto que perco um pouco de mim
Em casa quina
Cada esquina
Pálida
Como tudo que eu sinto
Quero parar
Apenas parar tudo isso
Toda essa melancólica
Que me persegue
Essa agonia
Bizarra e incoerente
Me diz me diz
O que deve ser feito?
Aceitar a proposta do precipício?
Ou continuar sofrendo por cada
Oxigênio que inspiro
Inferno
Sinto dor
No corpo todo
No cérebro
No pulmão cansado de tentar