Couto.
Que me perdoem os que são especialistas em críticas,
Se minhas expressões lhes parecem sem cabimento,
Faço as apreciações sem usar as conotações políticas,
Exponho, sem medo, o que me vem ao pensamento,
E nesta hora em difícil, obscura e confusa meditação,
Trago a tona o pretexto complexo do meu lamento,
Por estar ciente das evidências dadas por precaução,
E a demora por noticiar a direção do meu sentimento,
NÃO foi necessário que uma moléstia se assolasse,
Para sentir a falta da ingenuidade de cada compasso,
Para descobrir que o tempo urge sem que passe,
E a importância vital da simples troca de um abraço,
Para saber que o vazio não é a distância quilométrica,
Pouco importando, se noutro pais, cidade ou estado,
Não interessa a bifurcação geográfica ou geométrica,
Ou se a falta é de alguém que está longe ou ao lado,
O que influi nesta correspondência dúbia diligente,
É que estamos impedidos de trocarmos amplexos,
Impossibilitados de chegar mais perto da nossa gente,
Por culpa de fatos que são imprecisos e desconexos,
Sendo assim, nas linhas registro minhas expressões,
E a falta que me amarga a presença real; de verdade,
Nos vocábulos vou trocando preciosas informações,
Até que retornem as ações substituindo a ansiedade,
Aos de longe, eu deixo a lembrança num “Sapucay”,
Aos mais de perto, a visão do sorriso estampado,
Trazendo de volta um tempo de ternura que se vai,
Com o confinamento que nos tem sido estipulado,
Mas, depressa, quando esta temporada voltar ao prumo,
Analisaremos a vida na exceção do tempo que se perdeu,
Seguiremos confiantes no parecer de um próspero rumo,
E saberás que, perto ou longe, este amigo não te esqueceu!
“Sapucay”- do guarani
Barulho, grito, canto dos pássaros…