Colo

Sobra o colo de Deus.

Ele aconchega a alma.

Ontem escrevi uma frase no recanto

Retirei após o comentário de uma amiga

Na verdade o sentimento que tive após seu comentário foi de estupidez.

Como posso imaginar que algum “humano” daria colo para minha alma?

Impossível.

Esse colo apenas Deus pode dar, e mãe...

Acho que mãe consegue.

Mas a minha já partiu.

Então, apelo para Deus mesmo.

Consigo sentir seu colo

E não é um colo humano

É o colo de algo novo que acontece no exato momento em que estou precisando.

Um sorriso, um abraço inesperado, uma declaração de afeto.

O colo de perceber que posso dar alegria, fazer alguém feliz, com minha simples e mortal presença.

O colo de um telefonema, que levanta minha “bola”.

De um poema que escrevo quase que levitando, tamanha a sensibilidade do momento.

O colo de uma notícia inesperada que pode mudar meus planos e me fazer repensar tudo.

De me saber amada, esperada, querida.

Sobra o aconchego do colo de Deus.

Que se faz presente, em pequenos detalhes.

O sorriso do meu cãozinho.

A oportunidade de construir e colaborar com os outros humanos.

A alegria de observar pessoas e gostar disso.

Uma flor nova no meu jardim.

Os pequenos afetos recebidos, tão importantes, sempre, para mim.

Tenho colo para minha alma.

Não procuro mais.

(Para a poetisa Maria Luiza D Errico Nieto, cujo comentário provocou o poema)