Caminhos

Sentia que o caminho desprezado

Era o melhor caminho a ser seguido,

Precisava ir. Era a saída.

Eis que se pôs a caminhar,

mesmo sabendo

Das agruras e pedras que nessa jornada poderia encontrar

Já não trilhava por ali há algum tempo

E viu que os estragos

Feitos pela chuva e as intempéries dificultavam seus passos

Mas não, já não tinha volta...

Começou, agora vai

Encontrou pedras de tropeços e flores lindas

Que apesar do maravilhoso aveludado das pétalas

E do perfume inebriante que faziam exalar pelo ar

Também tinham espinhos

E esses o feriram profundamente

Quando tentou colher uma flor

Agora é caminhar.

Sentir o pé no chão, as pedras cortando a carne,

Ramagens cheias de espinhos que perfuravam a sola do pé,

A poeira fazendo-o atolar até quase o joelho

Não bastasse tudo isso ouviu estrondo estarrecedores que aumentaram os receios

e viu um lápis invisível numa caligrafia torta fazer alguns riscos pelo céu ,

do nada Começou a chover

Uma chuva fina a principio, mas que foi se intensificando até tornar-se torrencial

Essa foi mensageiro de mais desespero, quanto trouxe a lama , o frio e a desolação

Além das feridas provocadas Por enormes pedras de granizo Que desceram em profusão

Agora era se jogar no meio,

não podia mais fugir

Enfrentar, por a mão da massa, deixar-se dominar por toda aquele cenário assustador.

E foi, e foi...

Chegou até bem do outro lado

Mas quem vai tem que voltar...

E esse caminho percorreria outras vezes,muitas vezes o deveria trilhar.

Até que um dia descobriria uma fonte cristalina Onde beberia seu cansaço,

à sombra de uma árvore de copa colorida, e muito frondosa

Aos pés daquele divino monumento da natureza despojaria todos os seus pesos

do tronco desceria leite e mel.

E deixaria a bagagem solta ao chão

Enquanto sôfrego mataria a sede

E logo depois descobriria que ali pendendo daquela árvore

haviam frutas saborosíssimas, frutas multicores de muitos sabores

Para adoçar a boca néctares e manjares sonhados durante a caminhada.,

Dormiria um sono tranquilo e reparador após se fartar do lauto banquete

num cenário paradisíaco e bucólico

um verdadeiro oásis

feito cena de filme...

Naquele mágico recanto encontraria o premio pelas chagas

Pela poeira da estrada, os espinhos do caminho e por todos os tropeços.

Ansiava o prêmio, pois caro já pagara o preço.