Imbecil

Morava na rua do desmatamento

perto do entroncamento

por onde passa muitos matutos

montados em seus jumentos.

- O imbecil tinha a cara de valente

e se sentia o dono do pedaço.

E sem muita estribeiras

sob a proteção de uma inseparável cartucheira

velha e enferrujada

se auto-intitulava cangaceiro,

de cara lavada... Com óleo de peroba.

- Que triste fim desse valentão,

se implicava com todo mundo

que por ali passava.

- Até que, numa tarde tenebrosa...

Passa por ali um poeta,

que não perde a oportunidade

e fala para aquele homem,

sem medo algum.

- Você é de fato valente

e de boca pesada.

Se hoje, passo por essa estrada

não é por coincidência.

- Estou aqui na verdade para te pedir um favor.

Nas andanças pelo Brasil

vi que em cada parte que se vai

tem um imbecil.

- Meu Sinhô não me leve a mal.

É que eu precisava fazer um poema

e como não tinha um tema.

Inventei um personagem

o que pode parecer bobagem

ou fruto da criatividade...

Nivaldo Duarte
Enviado por Nivaldo Duarte em 25/04/2020
Reeditado em 25/04/2020
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