Salta aos olhos a tristeza, percorrendo as linhas da face, na tentativa de esboçar a dor que aperta o peito, feito laço de fita engomado, embora bordado de esperança em ponto zigue-zague.
Quantos sorrisos vivos percorreram o mesmo caminho enquanto o café era servido, como desculpa esfarrapada para manter a língua solta, ao som das palavras frouxas e leves, desnudadas de vergonha, sem cerimônia.
Corre pelas veias o sangue fragilizado pelo sentimento de angústia que bombeia ao coração de forma lenta, como se quisesse fazer congelar o tempo pra não ter que sofrer com despedidas, nunca gostou de ficar sozinha.
Na reza do terço: Ave-Maria! Na igreja lotada: A benção padre José Maria. Na oferta a gratidão de ter mais um dia: Chega logo, Ministra da Eucaristia.
- Vai menina crescida! Tira foto na piscina: Perna de fora, que o Gilson não demora!
E lá vem o silêncio fazer morada na casa triste de uma alma afim, pior que isso a dor que ser faz parasita, não me sentia preparada para o fim.
Entre as dores que sufocadas, deram lugar a risada exagerada, parte a eterna menina...
E, por um instante, me aproximo da tristeza... Mas como sua alegria contagiava, maldade a minha seria pousar na angústia esse meu egoísmo de tê-lá pra sempre pra mim. Foi-se embora, na madrugada, preferiu se esconder na noite enluarada e, lá bem perto de Deus, vai olhar pra mim!

- Salve, moça prendada! Das rosquinhas de amor torneadas, dos abraços na igreja lotada, das mensagens com seus tons de bis.
Salve! Alma pura,agraciada.
Salve a garota do jardim! 

Saudade eterna da grande amiga... Ivanilda Pantaleão. #luto
 
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 23/05/2020
Reeditado em 24/05/2020
Código do texto: T6955806
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