Septuagésimo dia.

"A quarentena de um poeta"

Septuagésimo dia:

O inimigo era invisível a ser passageiro e apesar dos ataques fulminantes, o mundo se livraria a retomar os seus hábitos, mas de forma diferente devido às várias reflexões e lições da guerra.

Entretanto, um antagonista visível nos fulminara lentamente a desviar o foco para uma segunda batalha e brilhantemente se aproveitara do caos que o outro, a corrupção, criara para executar sua maior função, a anomia social nos indivíduos.

A imprensa que tem o dever de participar a divulgar os fatos reais perdera o foco da pandemia e se entregara totalmente no assunto político das interpretações a deixar de lado a pausa da negociata.

No norte, uma loja de vinhos fornecera respiradores espumantes para os hospitais da cidade da floresta.

No sul, a terra dos contrastes que a tornam linda e saudável resolvera adquirir ações de combate a baratas, ratos, larvas e outras pragas no valor da casa dos milhões para limpeza do porto; No nordeste, a rainha do agreste distribuira milhares de cartilhas a centenas de moradores patrocinadas pelo dinheiro desviado da saúde; No sudeste, o grande estado abusou na compra de milhares de respiradores do nosso maior vendedor de feijão preto e a minha cidade maravilhosa que não ficara atrás usara de sua secretaria de saúde para dar continuidade o que era de praxe.

Como um pássaro gigante, o líder sobrevoara o seu cardume de tubarões imunes da enfermidade e

os admirava a aterrisar no palco terrestre a caminhar meio tempo no corredor brasileiro onde houvera beijos e abraços.

O mau exemplo do ídolo em insistir naquele tipo de procedimento de juntar-se à aglomerados fãs no momento de isolamento social me levara a pensar no desviar das atenções ao massacre satânico, enquanto que a bandidagem fazia festa com o haveres da fazenda.

Antiga é a corrupção

Corrupção, a quebra do coração

É plantada no homem

Que tem nas mãos o poder

A ferir a constituição

A pobreza não se corrompe

Pois não há nada a oferecer

É apenas uma ferramenta

Para a riqueza ascender

Quanto mais se lança o lance

Maior é a oportunidade

A chance de tirar proveito

Dos haveres da cidade

Desde o tempo dos escravos

Que há a peita do governadores

Eram os réis que molhavam

As mãos do mercadores

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 24/05/2020
Reeditado em 06/06/2021
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