A vida de fim de semana

Viver uma vida rasa de sentimentos efêmeros é o que os gregos temiam. Na contemporaneidade estamos nos aproximando muito disto. O Brasil vive momentos cada vez mais tenebrosos, infelizmente eu próprio já cometi atos que considero ruins (e ainda cometo), minha consciência não me deixa esquecer e me encontro nesse meio.

Trata-se desse mundo de bebedeiras e farras sem fim, que me promove um prazer temporário, tendo como consequência uma desinibição garantida pelo álcool. Confesso que nunca senti tal desprendimento, muito menos prazer nessas coisas. Sexo casual, relacionamentos relâmpago, como conseguem não sentir nada? a morte do romantismo anunciada.

Onde estão nossos cavalheiros que não se vendem por uma mulher com atributos corporais robustos? Onde estão nossas fortes damas que não se rendem a um simples rostinho bonito e uma conversa mole "ao pé do ouvido"? Que bons tempos eram aqueles onde durante um cortejo, poemas eram declamados. Não peço o retorno ao "primitivo", peço apenas que as pessoas se importem mais umas com as outras, do olhar sincero, e do "Eu te amo" que vai além da tela fria de um equipamento eletrônico.

Quão resilientes são ainda esses seres que não se rendem as paixões da vida moderna, que os próprios gregos falavam antigamente. Quão fortes são esses guerreiros e guerreiras que não caem no abraço da morte em razão de uma paixão transfigurada de amor. E quantos já caíram nos braços da dama de preto, em função de uma falsa paixão? Que tempos bons eram aqueles...