Pensamentos desconectos?

Registros e rabisco de uma inquieta que de tanto se esconder quer despertar. Entre inúmeras palavras busco por aquelas que representem a necessidade de gritar. A passividade da rotina, das normas… Do tal bom senso que há tempos me faz apenas respirar, no entanto, os doutrinadores dos padrões sociais não podem calar uma voz que nasceu para ser livre.

Lá fora o zumbido de alguma ferramenta eletrônica, acompanhada de sons de trânsito e um cachorro a latir me lembram que a vida não pára… Não pára? Uma voz inconsciente nesse momento diz: “Então por que parei:”. Novamente a ferramenta, uma serra elétrica “zumbi” mais alto na tentativa do acaso de calar; de calar não, silenciar o emaranhado de pensamentos disconectos que permeiam o caos da minha existência.

Quem olha pára e pensa “Ela tão comum, tão calma, tão organizada, diria até sistemática”. Quem olha apenas olha, não verdadeiramente vê! Para ver é necessário calma, tempo e boa percepção, pois não me entrego rápido, me encontro nos detalhes que ao mero “passante” não parece despertar o interesse.

De repente o silêncio… São tantas constatações, mas poucas diante das inúmeras perguntas que a vida nos deixa sem respostas. Aí de mim! Ser inconstante que na certeza de ficar só pensa em partir. É como dizem “Quem diz que sabe o que quer é porque nunca verdadeiramente desejou o que não se pode ter”.

Não meu caro, não me julgue ingrata! Sou grata, mas não se manda nos pensamentos, eles vagueiam livremente mesmo contra o nosso consciente... É como diz a frase clichê “no coração não se pode mandas” e nos pensamentos então… Não se reprime, eles vem, eles vão; como se tivessem vida própria!

Ah, quer saber pode julgar! Afinal é da essência humana julgar o que desconhece, sim… O que desconhece, pois se verdadeiramente conhecesse… Se sentisse na própria pele, não julgaria, apenas se compadeceria com empatia e diria “Você não está sozinha!”

Bem, se é um leitor costumeiro deve estar se perguntando “Por que tanto rodeio, afinal do que se trata essa história? Se ao menos eu soubesse pode ter certeza que não lhe diria, pois se não sabendo já lhe é difícil seguir lendo, imagina sabendo?

“Como assim? Não sabe do que se trata a história?" Não, não sei, porque a história é como a vida só se sabe quando acontece e pra acontecer tem que se permitir viver… Então viva! Viva, pois só se escreve uma história depois de aprender a lidar com os pensamentos disconectos, mas conectados com o que desconhecemos, isso é viver! Viva!

Letícia Alves
Enviado por Letícia Alves em 05/06/2020
Reeditado em 21/05/2022
Código do texto: T6968588
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