O amor que foi embora para não mais voltar

Tem dias que não sei...

Fico numa luta interna, se digo a você o que vai em meu coração, ou se fico quieta no meu canto, e guardo esse turbilhão de emoções e sentimentos que me invadem. E quando tento guardar pra mim mesma, a lembrança vem tão forte, que as lágrimas teimam em cair.

Tem dias, como hoje, que não sei porque, você volta a me visitar, entrar em minha casa, sentar em meu sofá, e aí eu sinto o seu perfume, o aperto de seus abraços, o sabor de seus beijos, e a alegre espera para recebê-lo como o meu convidado mais querido de alguns sábados. Faz tanto tempo... mas como hoje aconteceu, entre a tarde que caia e a Lua que aparecia em sua fase mais esplendorosa, noite de Lua cheia, resolvi lhe escrever, pois é a lua dos poetas e cantadores que falam de seus amores, e não consegui me conter.

Tem dias que não sei, do nada vêm as lembranças, e as lágrimas teimam em cair, como agora a pouco, algo que chega quase sempre de surpresa, do nada, (ou do Universo, não sei, pois hoje é "um dia de não sei"). E nestes dias em que as lágrimas teimam em cair, as lembranças teimam em voltar, a saudade, ah, a saudade é tão forte que não sei o que fazer com ela. Já tentei jogá-la aqui do sétimo andar e ela teimou em ficar; já tentei jogá-la ao mar, mas não teve jeito, em uma onda inesperada, após uma calmaria, ela teimou em voltar; outro dia em um voo que fiz tentei jogá-la no ar, lá do mais alto do céu, mas como a janela é fechada, ela conseguiu ficar. Já passei por estradas de terra e tentei jogá-la por lá, mas ela me alcançou e teimou em ficar; fui até para outro país e tentei deixá-la lá, mas ela grudou em mim e teimou em ficar. O que fazer com essa saudade e a vontade de um dia revê-lo, e lhe contar ao pé do ouvido sobre esses meus tempos de carregar a saudade de lá para cá?

Mesmo você dizendo NÃO, ou me respondendo com seu silêncio (doído), não me recebendo nem como amiga, tem dias que não sei, e acabo perdendo a razão, e nesses dias, como hoje, o que impera é a minha mais pura emoção, e junto com ela a saudade que ainda carrego comigo dentro do coração.

O poeta João de Barro escreveu um dia que a "saudade mata a gente", que a "saudade é dor pungente"... E seu poema virou música que a minha musa Maria Bethânia canta com maestria.

MiriamS
Enviado por MiriamS em 06/06/2020
Reeditado em 13/06/2020
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