Debaixo do sol!
Debaixo do Sol
Você sabe qual é o caminho?
Eu sei que você não sabe.
E que luta, inutilmente, para dizer aos outros, com aquele velho orgulho que, além de um ilibado cidadão, eis fundamental para o nosso progresso social.
Ah, velho companheiro,
Quanta tolice!
Acredito que tu eis quem está a lutar contra os moinhos de vento
E não eu, nessa minha “loucura”
E suponho que isso é o que mais te incomoda!
Pois, enquanto tu tinhas medo de entrar no mar, eu já conhecia Atlântida.
É! Isso é bem verdade: por não ser igual a você, eu me permiti brincar no labirinto,
Querendo saber mais do que posso, embora perdido nessa aventura de descobrir o que realmente posso e não posso.
Coisa que você nunca tentou, por ser covarde!
Sim companheiro, no teu se acomodar,
Esquecestes que todos nós temos desejos íntimos, repletos de inexplicáveis paixões, e você não precisaria se envergonhar disso, pois isso não nos faz menor, pelo contrário, deis de Gênesis, cobiçamos a árvore,
De comer do seu fruto, de conhecer o que é o bem e o que é o mal, mas não... não se desculpe por isso
Todos erramos juntos, acreditando que ela poderia ser a solução dos nossos problemas,
Pois a sua fruta é doce...
Oh, como é amargamente doce!
Você não acha?
E agora?
Em que lado tu se julgas estar?
Estais caminhando para trás, mas tua vaidade não te deixa ver isso.
E essa nódoa, caro amigo, vai permanecer como tatuagem no teu rosto, até que evoluas.
Algo escuro, que eu nunca vira no arco-íris, cruzou-me há alguns dias,
Tentando borrá-lo, mas foi inútil!
Engana-se, quem acredita que na vida existe
Um diabo mais forte do que um anjo...
Você vive de tomar a decisão errada, pois acredita que alguém pode salvar a si mesmo,
E agora tu tens de carregar as tuas próprias sombras,
Pois a serpente roubou a tu inocência, amigo,
Mostrando a tua nudez.
Revelando o que de ti nos causa vergonha .
Olha, vou te dizer pela última vez: “só um coração puro pode se salvar!”,
Assim como uma criança brincando livremente sem que nada lhe incomode,
Mas teu espírito envelheceu rapidamente sem, nem ao menos, dar-te uma pausa para refletir.
A serpente está solta, companheiro,
Soubesse eu do teu trato, faria eu dela o meu prato,
Antes que o veneno te contaminasse.
Esquecestes de regar o teu jardin de rosas.
Derradeiramente , confesso a ti:
Sinto pena por estares a caminhar no deserto, e passando a ideia de estar vencendo um carteado em Vegas.
Mentindo para ti e para os outros,
Quando, na verdade, estais sedento,
Caminhando, desesperadamente,
Debaixo do sol!