Imagem: Google

Uma dor incontida
 
 
Eu o vi nascer,
o primeiro choro e o primeiro riso.
Eu escolhi o seu nome.
Vi quando se atreveu

Nos primeiros passos,
Seu primeiro tombo e sua primeira erguida.
Eu o levava pra escola
e o trazia de volta pra casa.
Vi nos seus olhos
o primeiro espanto de ficar sem mim.
Foi de mim que ele recebeu
um brinquedo, seu primeiro presente,
vi alegria no seu rosto, de tão contente,
foi o meu primeiro filho homem...
Foi pra mim que ele correu
quando sentiu medo de apanhar da mãe.

Ele cresceu se formou,
se tornou o melhor amigo meu,
edificou sua casa e  a própria família,
o meu primeiro neto foi ele que me deu.
Hoje ele morreu,
o corona o matou
a covid o levou
e eu não pude sequer lhe dá
o último adeus.

Contou-me isso, meu compadre...
Um grande amigo meu...
 
..........................
Antônio Souza
(Prosa poética)

Silêncio - https://youtu.be/VaTA3LG5h0w
 
www.antoniosouzaescritor.com



*****

176200-mini.jpg?v=1456593281
08/07/2020 23:53 - POETA OLAVO

"Esse é o tipo de adeus
Que nunca terá um bis
Porque desses amigos meus
Não ouvirei mais o que diz." 

*****