Os dois

Cheiro de homem,

pele macia de mulher

Ela quer

com certeza e,

se delicia

Brinca, sorri, ri. Se divertem.

Passeiam um no outro,

se reconhecem

Tudo o que ele quer dar

é o seu melhor e a sua paz.

Ambos tem fome, e se tocam e se cheiram

Cheiro de Mulher, que se mistura com o dele

A mistura é boa, é gentil, é tranquila, é querida.

A boca está perto da boca, e não se beijam, não têm pressa

Se olham, se enfeitiçam.

A pele da face, une-se a outra face

a respiração fica ofegante,

o desejo arde.

O que era suave se transforma,

o olhar, é de bicho agora!

A fêmea se perde no cio,

O suor escorre, os corpos deslizam

um no outro, unidos, perdidos,

com todo o juízo de quem sabe o que fazer.

Por instinto, eles vem e vão,

sobem e descem, dançam

e desaparecem

do mundo.

Desse mundo!!

E vão para outro, de prazeres, e se exaurem.

Ali não existe nem a dama, nem o cavalheiro

São tão somente a Mulher e o seu cheiro, e

o Homem, macho por inteiro.

Purificam-se,

"Se" desaparecem,

tornam-se divindades.

Sorriem cansados,

adormecem.