MINHA CARA, LEITORA

É minha cara rústica, depreciada

Com ás do tempo a me levar o triz

Ventando a chacoalhar as lágrimas

É minha cara.

Outro dia a encontrá-la descabelada

À beira da calçada, insistindo em ser rara

Não sei se sabia o seio ou se lembrava da raiva

Pobre cara, esta minha cara.

Toda noite sem a tara resgatada

Restam poucos meados de oceano

Entre vales e enciclopédias, és a única

É, minha cara, nem assim, tu viverás minha prosa...

Lastimosa.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 18/10/2007
Reeditado em 24/04/2008
Código do texto: T700214
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