PARAÍSO ARTIFICIAL

A inconsciência avizinhou-me com o tropeço numa das

pedras da Trilha que escolhi.

Letárgico, tocava minhas emoções como um

garoto encantado que arremessa aos quatro

ventos, balões de festejos.

Percebia meus sonhos à minha frente, como bolhas

de sabão que flutuavam, umas maiores,

outras mais modestas, mas todas rompidas por

um sopro inesperado e cruel.

A dor pela morte das bolhas era

suplantada pela alegria do nascimento

das de outras tantas.

"...o velho sucumbe à alegria do novo."

A felicidade deixa de ser a quimera dos

romances e se transforma no pássaro que insiste

em fazer ninho à sombra de minha janela.

Do âmago das paixões nascem amores

vigorosos, donde brotam

flores multiformes, cujos aromas

conferem brilho e frescor em

Doses absurdamente entorpecedoras.

A imaginação é o ópio do sonhador..

O combustível que nos reboca do passado

para caminhos inusitados,

que nos conduzuem ao

Novo...

Ao belo...

Ao tudo...

Ao nada.

Um nada que se faz tudo,

refletido no espelho

de uma busca de sentido.

Um todo que se reduz ao

nada quando cruza as

esquinas do eterno retorno, acenando

compulsivamente para o infinito,

com ares de uma sabedoria

genuinamente libertária...

MARCO ANTONIO BREGONCI
Enviado por MARCO ANTONIO BREGONCI em 18/10/2007
Reeditado em 19/10/2007
Código do texto: T700260