Sobre meteoro, experiências, reconstruções e vida

Eventos inusitados, totalmente inesperados, marcam a vida humana em uma ou mais vezes, levando algumas vidas à extinção, outras à readaptação, variando entre uma saída ou outra de acordo com a capacidade de cada um.

Há 10 anos um meteoro atingiu a minha vida afetando minha realidade. Foram tempos difíceis para os quais eu, nos meus recém completados 43 anos de idade, jamais havia vislumbrado a possibilidade de ocorrer, portanto, não tive nenhum preparo para enfrentar tais eventos, embora sempre tenha buscado o autoconhecimento como fundamento de evolução pessoal.

A catástrofe pessoal que aquilo desencadeou na minha saúde, afetou meu trabalho e as relações sociais e eu não me sentia capacitado para enfrentar tudo.

Tratava-se de experiência deveras nova, não dessas novidades comuns, mas de uma força avassaladora. Entretanto, ela me oportunizou reconhecer quem realmente importava nas relações pessoais. Alguns que se diziam amigos se foram, mas deram espaço para a chegada de outros que se mostraram amigos e provaram isso. Era a vida me dando a chance de adquirir a capacidade de relativizar as atitudes das pessoas e reconhecer quem faz significativa e qualitativa diferença.

O processo de reconstrução começara sem eu perceber. A força das experiências ruins começou a ter efeito positivo dentro mim, me fazendo ter nova percepção da vida, da realidade e das pessoas, criando uma nova fase na minha vida.

A saúde pode não ser mais aquela de quando tudo começou, mas considero que faz parte do processo originado no meteoro que produziu experiências que levaram a reconstruções pessoais que resultaram numa nova vida.

E hoje, quando completo mais um degrau na vida ao chegar aos 53 anos de idade, me sinto renovado, melhorado, mais criativo, mais atento aos sentimentos e necessidades das pessoas, mais humano, enfim abençoado por Deus em muitos aspectos.