Ela

Não foi minha mãe, nem avó, nem irmã, mas foi minha prioridade por muitos anos.

Não me criou, nem me ensinou, mas me deu a oportunidade de aprender inúmeras lições.

Entre elas, a da doação e dedicação.

Não tenho seu sangue, não tenho sua herança, mas terei sempre as lembranças de uma convivência diária e intensa, que criou uma ligação afetiva recíproca.

Não choro sua morte, festejo sua vida longa.

Não lamento sua ausência, me alegro com suas memórias.

Não dei a ela tudo o que me pedia, nem tudo o que merecia, mas dei tudo o que tinha de mais caro: meu tempo, meu espaço, meu pensamento, meus cuidados, meu carinho, meu respeito.

E ela era grata a mim.

E eu serei sempre grata a ela.

(Para Amenaide, 27 Outubro 2019)

Anelê Volpe
Enviado por Anelê Volpe em 25/07/2020
Reeditado em 26/07/2020
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