Teoria Literária de Vários Gêneros
Isso é prosa. Também é verso. Não quero classificar, mas tentar deixar claro algo, de fato, inexplicável. Quero acreditar na existência de um alter ego, mas confesso que a minha fé chega a ser ridícula. Não ria. Tenho medo. Tenho medos, e o maior deles é de me certificar de que ele já morreu. Aliás, a morte, para mim, vem se tornando algo muito natural. Morremos um pouco a cada dia, dizem. Não sei se tenho uma doença grave, mas sei que tenho uma existência grave, que nada resolve (Atenção! Isso é prosa. - só para refrescar a memória).
Tem gente que nada sabe sobre o amor. Eu queria ser assim... Eu sei tudo sobre o amor, mas o amor nada sabe sobre mim (isso é prosa; não, prepotência). Aliás, quem tudo sabe, nada pode e, talvez, este seja o meu maior problema. Queria dizer agora que não existem príncipes encantados. A palavra mágica não tem mais o mesmo sentido. Faço sempre as piores escolhas. Alguém me salve. Help! I need somebody! - sou um bode expiatório de qualquer pessoa (isso continua sendo prosa, nem que seja só um dedinho...)
"Até que a morte nos separe", "que nem a morte nos separe" - a ironia foi que a vida nos separou. E eu não vou beber até cair, nem começar a fumar feito um louco, nem me drogar ou coisa que o valha, nem me matar, nem me trancar no quarto e chorar o restante dos meus dias, nem nada. Só estou com muita raiva de mim mesmo e isso é muito natural. Perdi meu tempo, meu dinheiro, desperdicei emoções e sentimentos. Nada mudou, meu amor; eu continuo o mesmo idiota de sempre. Meu coração foi servido por um maître como prato principal. Eu sou a bandeja vazia (isso é prosa! Não tem nada a ver com poesia).