Riacho das pedras
À pequenina cidade que eu adoro, fica escondida por entre
serras, onde o sol se põe mais cedo, em Redenção-Ceará.
serras, onde o sol se põe mais cedo, em Redenção-Ceará.
Do saber dos homens à inocência, da falta
de malícia e de experiência, os torna uma espécie
de anjo, que só em sonhos se vê,
feito a simplicidade dos pastores e seus rebanhos.
No Riacho das pedras, terra que eu amo,
interior onde nasceram os meus pais,
até hoje continua a pureza do dia-a-dia.
Os agricultores no emaranhado de serras,
não se perdem, plantam e voltam ao entardecer.
Com seus esforços, ganham seu sustento,
sem ódio, com o seu suor, vivem sem ambição,
para as suas famílias, e para os seus trabalhos,
amam, oram e descansam para um outro dia,
nem necessitam praticar o perdão.
Na imensidão de terra, pelos matos, viajo
aonde a vista alcança, é belo e mágico.
Volto para dentro de mim mesma, há tempo
para arrependimentos, e algumas reflexões.
Um tentar a desconstrução de sensações.
O ar puro, é do que mais preciso, pisar firme
a terra, esquecer o mundo lá fora.
É reconfortante... a fumaça apresentando o café,
o suco fresco de tangerina, as abelhas à voar,
a poesia tem sabor de mel de engenho,
da cana do açúcar,
tem jeito de oração que a alma desfia com fé.
Do terraço, assistindo tudo, minha alma viaja
imaginando os meus antepassados.
Aqui volto à ser criança, cheia de lembranças.
Fujo dos meus injustos lamentos, onde tudo temos
e encontramos sempre um jeito de reclamar.
A quietude, a falta de obstáculos, a vontade
de nunca mais sair daqui, pois tudo é somente
exclamação. Original, é essa vontade de viver,
desejo esse que me chama, para nos campos
correr, aproveitar tanta beleza. Desse ângulo,
qualquer leitura ou escrita se torna em vão.