Louco

Todos os dias permito-me dar vazão à minha loucura e orgulho-me dela não ter cura.

Fujo de sentimentos engessados com atos padronizados, meus movimentos não são estereotipados nem meus passos convencionalmente calculados.

Abomino as algemas do preconceito e questiono tudo que denominam "fazer direito".

Falo a língua do meu coração, não repito acefalamente qualquer refrão, suspeito de rótulos e validades, estou sempre em busca de momentos de felicidade.

Exorcizo dogmas,limites e fronteiras, não engrosso nenhuma das habituais fileiras, sigo pelo caminho que escolho, mesmo na contra-mão, reflito nas estrelas minha emoção, mesmo solitário e no meu microcosmo de ilusão.

Não me imponham regras ou convenções, estas são meras muletas, toscos disfarces dos apócrifos em meio às multidões que seguem caladas rumo ao esquecimento das mortes anunciadas.

Eu, rebelde, herege e pecador, me eternizarei a cada lufada do vento das mudanças, a cada nascimento de límpidas crianças, a cada menção de sempre novas e renovadas esperanças.