Um imenso silêncio.
No meu mundo encontro pedras grandes e sem formas,
Nunca deixei rastro, prefiro subir as escadas da culpa devagar.
Houve aqui um silêncio inconfundível, um que eu jamais vou esquecer.
Ele veio com uma suavidade penetrante, calmo e perfeito, era de admirar;
De repente perdi minhas habilidades sensitivas para a vida, para o amor.
Nada era difícil, e era melhor do que a razão, pois odiei voltar,
Essa volta meio louca é só a agonia de voltar da ilusão, pois amo o delírio e por causa desse deliro perdi a vontade de continuar a buscar a fixação amorosa.
Cada dia era um silêncio vago e doloroso, deixei de querer coisas...
De buscar saídas; de desejar a felicidade!
Lembro-me que continuei a caminhar desviadamente, sem rumo.
As cores eram incolor demais, quase que inventei cores mágicas; mais foi quase.
Minha capacidade estava por um fio e minhas qualidades já tinha sumido do meu corpo;
Essa busca pelo barulho era perturbador, e os gritos de fora do meu mundo eram de arrepiar, de machucar a alma... Queria correr para me salvar daquele silêncio enfeitiçado.
Mais não pude, e aqui estou eu perdendo meu tempo escrevendo, e aplaudindo meu imperfeito poetar.
Que engraçado! A dor agora acabou de preencher meu único espaço bom para uma festa.
É bem verdade que antes eu dava festas, muitas festas... E elas se foram.
Bem, o silêncio continua aqui invadindo meu espaço e deixando as lembranças fracas e sem luz. Não vou conseguir...
Agora vou embora do lugar que deixei reservado para meus apelos amorosos, antes que eu permaneça aqui enlouquecendo.
Quando voltar amanhã, o silêncio me esperara para conversarmos e eu mais uma vez vou chorar a perda, que perda? A sem volta?
Não chore linda de olhos verdes!
Que eu perca enquanto puder
A vida sempre foi dura, mais nunca perdeu seus compromissos humanos.