Ausência
Não posso permitir que a saudade me vença
É imenso o vazio que fica sem a sua presença
A inspiração não quer falar e não há quem a convença.
As palavras recusam-se a fazer qualquer sentido
Parece que aglomerá-las em versos tornou-se proibido
O caminho entre o escritor e o papel foi perdido.
Sem você não há poesia, prosa, verso ou uma simples alegoria
As flores não desabrocham, os pássaros não cantam, foi-se a alegria
Letra e música não casam, lua e estrelas não brilham, inexiste a harmonia.
O papel em branco jaz intocado
Reflexo do poeta sisudo e calado
O desejo está preso no limbo, lacrado.
Volte, antes que o silêncio se aloje de forma permanente
Antes que o deserto tome conta e não haja mais nenhuma semente
Antes que o Amor nos esqueça e desista de vez da gente.