Musa do Poeta

A musa do poeta, aquela que Eros aponta a seta, é a detentora de todos os seus sentimentos, preenche seus hiatos e momentos.

É sua infinita fonte de inspiração,terreno fértil de sua imaginação,

oceano onde deságua sua emoção, labirinto onde se perde sua razão.

Rainha dos sabores,aquarela de novas cores,perfume de inéditos odores, jardim de exóticas flores.

Paraíso dos superlativos,reino encantado dos adjetivos, destino de todos os objetivos, lago plácido de Narciso.

Musa não é cargo vitalício, não requer público nem comício, é eterno

enquanto arder a chama e incendiar a sagrada cama, enquanto o coração bater descompassado e aquele friozinho do encontro deixar gelado.

De alguma forma todas as musas são eternas, mesmo que representadas em desenhos nas paredes de antigas cavernas,em versos declamados e rasgados ao vento, em canções viscerais como lamentos.

Para as musas, quando as coisas não são mais como antes, elas guardam os momentos vividos em incalculáveis diamantes, o amor nunca se encerra totalmente, deixa uma fração permanente, mesmo que latente, um brilho tênue, quase imperceptível , mas que é absolutamente indestrutível.

Os poetas nada seriam sem suas musas, talvez apenas figuras errantes a proferir vãs escusas em situações confusas para pessoas obtusas.

Ello
Enviado por Ello em 24/08/2020
Código do texto: T7045097
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