Apaixonei-me pela sua ausência
Me apaixonei pela sua ausência, pela minha nova ciência, pelo ressuscitar da minha essência.
Pela liberdade que tenho sem suas algemas, suas questionáveis verdades e suas dispensáveis cenas.
Apaixonei-me pelo vislumbrar do futuro sem suas formatações, sem suas limitações e suas tolas convicções.
Apaixonei-me pela casa vazia, pelo som da nova melodia, pelo sol ímpar de cada novo silencioso amanhecer de dia.
Apaixonei-me pelos novos caminhos, pelos inéditos espinhos, por diferentes olhares e novas formações de pares.
Por voltar a enxergar sem antolhos e ter a perspectiva de ver com meus próprios olhos.
Apaixonei-me pelas novas metas, por criar minhas setas, por poder errar consciente, por beber na minha nascente.
Apaixonei-me por mim, alguém que eu nem lembrava mais que existia e vivia aprisionado em agonia.
Apaixonei-me pela imagem do lago, pela minha persona Narciso, pelo voltar às origens, que no momento, é tudo que preciso.