Resquícios de Prosa: Prosa

A prosa me intimida. Espaçosa, ocupa toda uma folha. Diferente da poesia que deixa espaço e tempo para meditação. Cabe ao leitor preencher os vazios da poesia com suas verdades e vice-versa. O que sobra ao leitor da prosa? Tantos personagens, cenários, situações... Tudo com um único fim. Cabe aceitá-lo?

Talvez devesse inserir na minha poesia um pouco do mundano. Assim não seria tão difícil escrever sobre o dia-a-dia como exige a prosa. Cabe a mim criar a ponte entre a imagem que tenho da minha poesia e sejá lá o que for que pode ser minha prosa. Um pouco mais de prosa no poema e de poesia no texto.

Quando se começa a fazer um poema, um décimo pelo menos já se tem desvendado. Um conto/crônica, etc exige um percurso muito mais longo e incerto. Mesmo que se tenha um final já determinado, muita coisa no meio pode dar errado (por assim dizer). É mais fácil e menos custoso abandonar um poema ruim!

Minhas motivações precisam ser investigadas. Para que quero escrever um chamado "livro" afinal? Se quero reconhecimento seja lá o que escrever não será bom. É preciso "precisar" escrever algo para assim escrever. A literatura serve a alma. Sua expressão. Não se pode brincar com ela...

Deveria ler mais. Experienciar mais essa vida. Para aí então ter o que escrever. Já deu de achar que tem uma boa história sem ter vivido nada. O que tenho eu a acrescentar? Incertezas, dúvidas, anseios, desesperos? Todos temos aos milhares. Conheça a si próprio e seu instrumento de trabalho (as palavras) melhor.

Vicenti Lars Nasaka
Enviado por Vicenti Lars Nasaka em 27/08/2020
Código do texto: T7048058
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