“Voltando no tempo”

E o Sol nasce em meu realengo distante do mundo...

À beira de um riacho sinuoso e sonolento...

Seus raios atravessam as frestas da janela de Jacarandá...

Reflete ondas na parede caiada da cozinha...

Através da água da gamela de Jatobá...

Que encima da mesa amanhece cheia d'água da chuva...

Aparou a goteira da telha de barro quebrada que há um ano trincou...

O reflexo tão claro me ofusca os olhos, e me lembra da chuva que na madrugada tombou...

Me refaço e espreguiço, ponho a água no fogo, meu café vou coar...

A água da gamela é pra serventia, pro café ponho da bilha, que na fonte fui buscar...

Lá na fonte tem a bica, onde lavo o coador e também vou me banhar...

Depois do café, chamo os bichos, tem porco, tem cabrito, tem galinha, pato e passarinho, tudo pra eu tratar...

Depois de um dia de trabalho na horta e na roça, enxugo o suor da testa, sento na pedra da porta, pra um pouco descansar...

Dai a pouco cai a tarde, o Sol vai se ponto atrás da laranjeira, e vem a noitinha tão faceira e eu fico a relembrar...

Então livro o pensamento, vou “voltando no tempo”, lá no shopping nosso primeiro encontro, deixo a mente viajar...

Nosso amor tão bonito nos tempos de outrora lá na cidade, me traz recordação, então pego na viola e a lua pra uma prosa, na companhia dela vou ponteando uma canção, pra saudade espantar..!

Bene - 15/10/2016

Benedito Oliveira
Enviado por Benedito Oliveira em 13/09/2020
Reeditado em 03/11/2020
Código do texto: T7062429
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