Sonho de criança.

Chagaspires.

Ontem quando finalmente adormeci, um sonho doce e colorido repleto de esperanças; me veio na lembrança.

Foi o meu tempo de criança que se descurtinou em meu subconsciente.

Me vi a correr pelas campinas com o vento a bater em meu rosto; os banhos de rio e a travesia na barragem do açude.

Senti os doces beijos da minha mãe e as brincadeiras com a molecada.

Revi a casa da árvore onde tantas vezes ali criei as coisas do futuro que esperava conseguir.

Vi o velho cajueiro da gruta de Lourdes, onde tantas vezes subi para pegar o fruto adocicado.

Desci pela ladeira e entrei na igreja que ficava dentro da fábrica de tecidos.

Recordei minha primeira comunhão.

As festas de final de ano onde os balões multicores enchiam nossa imaginação infantil.

As brincadeiras que fizeram parte dos nossos dias; bola de gude , pega soltou, barra barra, roda pião, e tantos outros.

Foi um sonho multicor das cores das pipas que varriam os céus do meu Camaragibe.

De repente aquelas cenas guardadas na lembrança se encheram de fumaça e foram levadas pelo vento, e aí me acordei e voltei a viver o presente, onde a ameaça de um vírus nos amedronta com suas garras sorrateiras.

As coisas da infância foi apenas um sonho de um velho que vai completar setenta e quadro anos mas que ainda carrega uma criança dentro da alma.

Essa é a minha homenagem a criança que fui um dia.