Quando o dia se vai...grita a voz do silêncio

Apaga-se a luz do dia, eis que vem a noite carregada de melancolia, ao longe fito o céu enegrecido com estrelas pontilhadas no infinito, que reluz meu olhar perdido a transbordar.

As lágrimas banham meu rosto, lavando as marcas do tempo evidente da longa jornada.

No findar de mais um dia, quando a lua majestosa desponta no céu, toda a valentia se esvai, me torno uma criança assustada em busca de paz.

Quando paira enfim o silêncio, a armadura se desfaz, a alma desnuda se rasga numa cristalina essência, que grita aos quatro ventos se livrando das aparências.

Cessa o barulho, as vozes confusas, das dúvidas, dos tormentos, e tudo que o dia esconde, revela-se através do silêncio...a voz do silêncio que ecoa, que estronda, aguçando sentimentos.

A alma contraída, contrariada transborda criando versos, todo sentir pulsante, em sintonia com o universo.

Minh'alma outrora em fragmentos, que grita, sangra, chora em silêncio, adentra em outra esfera, os rasgos na memória ganham vida, alma minha como um livro aberto, com tantas histórias contidas, de olhos cerrados, saboreando uma paz que invade, ganham asas, sob a negra noite, viaja em busca de liberdade ..

Sob o véu da noite quando lá fora é silêncio, não preciso me calar, mesmo no caos aqui dentro nas linhas da poesia, em cada estrofe sentida, tenho a paz que busco pra sonhar.

Livre de aparências, sinto gritar toda minha essência.