Brindemos

Brindemos...

Os pares se procuram. Eu creio. Os pares se encontram. Eu confirmo! Desde de sempre, encontrar a pessoa certa para caminhar pela vida é garimpar gente. Conviver é lapidar almas.

E foi num sábado à tarde. Chegava à igreja e lá estava ela ao lado da sua amiga. Imediatamente meus olhos foram para os seus cachos que desciam ao pé do ouvido como eu imaginava Ariadne. Sua amiga, acredito eu, percebeu o olhar. Ela não! Entrei para o templo. Um fio me guiava, mas se enovelou. A Grécia fora conquistada! Parti para outras terras. Sonhei com o Japão. Os olhos de gueixa não me enxergaram. Na África, os tambores ofuscaram minha voz. Ainda não havia saído do labirinto. Não conseguia desembolar o novelo. Os corredores pareciam infinitos e longos.

Na trama da nossa história, um dia houve uma ruptura e encontramos a ponta do fio. Há ainda bom pedaço da lã mais pura com que tecemos nosso abrigo. Procuramos cultivar o linho finíssimo que nos cobre, às vezes amarrotado, mais sempre linho. Lavamos nossas túnicas no Sol. Mas ao clarão da lua é que elas ficam ainda mais bonitas. Brindamos com o melhor das uvas nesse encontro que poderia ser em Creta, mas é onde nós dois estivermos.

Oswaldo Eurico Rodrigues
Enviado por Oswaldo Eurico Rodrigues em 14/10/2020
Código do texto: T7087401
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.