Porventura

É uma dádiva,

o silêncio das pedras,

usina geradora de dúvidas.

O concreto tagarela,

fala sem cotovelo,

da ficção

irrefreável.

Em frenesi,

seguem insuspeitados,

suspensos,

por fios de fé.

O olhar é capaz?

Porventura,

indissociáveis,

ver e crer,

dispostos por ninguém,

no chão celeste.

O profano

faz cintilar o tempo,

ofusca os enredos

do esquecer.

A multidão sem rosto,

costura o amanhã

e ajusta máscaras.

Estilhaço virtual,

nu que se veste,

do trapo indigente,

consagrado.

Espelho metáfora,

vivo,

fita o futuro,

no bolso cindido

por guilhotina.

Fábula mística,

escrita,

com tempero,

da carne,

crua,

em via de ser

processo,

sem resultado.

Daniel César - 11/11/2020.

D César
Enviado por D César em 11/11/2020
Código do texto: T7109111
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