SAUDADES

Saudade, palavra triste, eu sei, que maltrata o coração, quando nos surpreendemos visitando o passado distante.

Lembro-me da casa em que morávamos com o quintal rodeado de plantas que minha mãe cultivava.

Meu pai que era alfaiate sempre na sua máquina confeccionando as roupas dos seus fregueses exigentes.

Minha mãe também costureira o auxiliava nesta tarefa para sustentar a família humilde.

Saudade, palavra triste, eu sei, que também alegra o coração ao lembrar a casa movimentada, repleta com cinco crianças: Dois homens e três mulheres correndo e subindo nas árvores frutíferas que nos presenteavam com suas frutas adocicadas.

Hoje estamos distantes mas perto pelo elo de amor e amizade que nos prende na árvore familiar.

As fotos que registraram este passado distante, estão amareladas pelo tempo que não volta mais, mas que não nos deixam esquecer como éramos felizes.

Ah! Saudades que tenho da minha infância quando corria de pé no chão sob a chuva que caía de ano a ano no sertão.

Saudades do cheiro da terra molhada provocado pela chuva e minha mãe gritando de dentro de casa, passando o ferro em brasa, para gomar as roupas confeccionadas pelo meu pai:

Entra menino para não resfriar.

Assim era a nossa vida familiar.

Saudades! Saudades!