BANHO DE AMOR.

E se eu nunca mais te ver? E se eu nunca mais te beijar?Se não nos entregarmos mais um ao outro com paixão, amor, desejo, ternura? O que acontecerá? E se a saudade passar? Para onde o amor irá? Você será uma lembrança distante e querida e eu serei mais um caso a relembrar?

Me diz, para onde foi tanto amor? Se eu souber, juro, vou buscar. Já cultivei o medo de amar e nem por isso evitei a dor. Agora, cultuarei o amor. Se é tarde para acreditar na perfeição do amor; é também cedo para abandoná-lo. E por isso, se você não vem, eu vou à busca de um amor. Que não será tão lindo como o quadro que você pintou para mim, mas será de verdade e inteiro, enquanto durar. Será menos idealizado e mais vivido. Conterá mais matéria e menos éter.

Mas é triste enterrar um amor, que lutou tanto para sobreviver. Nos últimos tempos respirou artificialmente, mas eu ainda não queria vê-lo partir. Egoisticamente o queria ligado a mim por aparelhos.

Apegava-me às boas lembranças; ao seu olhar doce como mel e à boca mais linda do mundo me fazendo feliz; à sua risada e, principalmente, às suas promessas: nós seríamos o casal mais feliz do mundo por muitos anos.

E agora, o rio levou tudo para o mar?

Mas, o mar está tão perto; tomarei um banho de amor, apesar de você.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 27/10/2007
Reeditado em 27/10/2007
Código do texto: T711644
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