SONHOS E FANTASIAS

Sonho lindo, que um dia sonhei.

Demorou por algum tempo, meu viver com aquela musa menina.

Embora pueril, pensava que nunca acabaria,

Num belo domingo aquele sonho se esvaeceu,

Dissipando-se como a fumaça.

Minha musa menina sumira

Fiquei desesperado, pensava que os sonhos eram eternos.

Alguns tempos depois, como Fênix, a musa ressurgiu das cinzas.

Batia forte meu coração ao revê-la.

Demorou pouco.

O sonho sumiu.

Não insistir em buscar minha musa menina.

Uma dor bem profunda de sua ausência

Instalou-se no fundo do meu ser.

Como uma marca que o tempo indelével não apaga

Tempo passou...

Outras musas se encarnaram em sonhos passageiros...

Nenhum substituía o sonho da musa menina

Mas não insistia em sua busca.

Tornara-me adolescente.

A musa menina transformara-se em bruma

Como névoa densa que se alojara no subconsciente.

Vez por outra a luz brilhava

E a musa menina voltava em meus sonhos.

Somente sonhos...

Por que não ia ao encontro da imagem onírica?

Não sei...

Aprendi que as imagens oníricas são irreais.

Certamente minha princesa encontrara outro príncipe

Será que de mim lembrava?

Ocorrera um milagre:

Certa vez a reencontrei.

Como estava linda a musa menina, agora mulher.

Tudo voltou a minha mente num burburinho sem par.

Mas, a condição era outra.

Outra musa despertara em mim novos sonhos,

Era mãe dos meus filhos.

O sonha acabara ou estava apenas envolto em brumas?

Tempo passou...

Novo reencontro, desta vez as barreiras eram maiores.

Minha musa encontrara seu príncipe.

Aquietei-me então à minha outra musa.

Tudo acabara, inclusive o sonho, pois os sonhos não duram.

Tanto é verdade, que o sonho vivido com minha outra musa também esmaecia.

Permanecia em mim como um encantamento.

Os sonhos são mesmo perversos

E nunca estamos satisfeitos.

Somos eternos insatisfeitos com as coisas que o destino nos reserva.

O tempo passava...

Como é inexorável a marcha do tempo!

A musa menina continuava sempre presente dentro de mim.

Os desígnios do destino levaram-me à sua procura.

Seu sonho também havia acabado.

Seu príncipe se fora para sempre.

Marcas indeléveis marcaram sua vida.

Reencontro...

Um abraço enigmático resgatara todo um tempo passado.

Minha musa agora não era mais a menina sonhadora.

O destino lhe feriu com marcas profundas.

O sonho ressurgiu nos contemplando com momentos indescritíveis.

Seus abraços e carícias renovavam momentos felizes.

Mais uma vez a indecisão não permitiu uma escolha.

Os envolvimentos eram muitos.

Apesar disso a felicidade se renovava a cada encontro.

Tempo passou...

Desencontros...

Indecisões...

Sentimentos de culpa...

Covardia para enfrentar a fantasia e torna-la realidade.

Cada vez mais sinto o retorno ao passado,

Com a agravante de um sonho, que semelhantes a todos os sonhos,

Que às vezes, parece durar toda uma noite.

Mas não passam de momentos.

Nem mesmo no outono da vida, tão próximo do inverno.

Inverno cinzento, cheio de incertezas e contradições.

Mais uma vez sinto meu sonho se dissipar.

Como a vida que não passa de um sonho.

Um sonho sonhado...

Fugaz...

Parece que nosso sonho não foi feito para ser vivido.

Quando muito apenas resgatado por momentos felizes.

De sonho...

De ilusão...

De fantasia...

Pois de sonhos, ilusões e fantasias o destino costura nossa vida.

25.09.2003

Tadeu Costa
Enviado por Tadeu Costa em 14/11/2005
Reeditado em 14/11/2005
Código do texto: T71212
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