Me lembro de uma boneca toscamente feita de pano; não tinha olhos, nariz nem boca, tinha também uma feita de sabugo de milho que vivia emburrada num canto talvez pelo fato de não ter braços nem pernas apenas um vestido no corpo de sabugo.
Me lembro de uma noite que meu pai chegou da caçada e trouxe um pássaro lindo que o chamei de biloquinha
fiquei ali acarinhando o pássaro e quando me levaram para tomar um banho mataram o pássaro para o jantar… foi uma gritaria que arrumei que até hoje meus irmãos me alugam devido à biloquinha.
Me lembro do quintal em que eu e minha irmã brincávamos de fazer comida, um fogão feito de tijolos e usávamos gravetos e querosene para acender o fogo, aí convidamos nossas primas para um almoço, quando minha irmã disse: Elaine não coma da couve… após o almoço nem foi preciso perguntar porquê, minhas primas vomitavam muito e o cheiro de querosene era um horror.
Me lembro que um dia entrei no banheiro e tentei pegar o guarda-chuva que ficava pendurado para tirar uma revista de telenovela de dentro, como não consegui pegar uma tesoura e o cortei todo até a revista cair… foi causa de uma das surras que levei de meu pai por ler revistas e por cortar o guarda-chuva.
Me lembro termos aula de natação no clube da cidade e que fomos proibidas de jogar vôlei, então o professor foi pedir para meu pai e ele só concordou se usássemos uma saia por cima do short… que feiura que ficamos junto das outras adolescentes.
 Lembro que minha mãe comprou um sutiã e pasmem joguei-o na privada no terreiro resultou em surra.
 Me lembro com saudade de minha mãe e meu pai.
 
Menos as surras.
elaenesuzete
Enviado por elaenesuzete em 30/11/2020
Código do texto: T7124520
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