Marés
Essa terra não é minha antes dela eu sou,
Ela me empresta um pouco de espaço, os
Sonhos encerram a cada passo que dou...
Não sou tio, não sou pai, não sou o irmão
Que um dia desejou, não sou marido nem
Namorado sou só no mundo queimando o
Juízo no sol quente da estrada, destinado
A morrer sem ninguém, vivo sem o amor.
Um dia fui tudo isso agora sou o fantasma
DRAGÃO QUE ASSUSTA NO MEIO MAR.
Propagado amor iludido, desiludido, nasci
Por uma grande infelicidade, as primeiras
Palavras que falei para minha mãe, ainda
Recordo. Ei porque vim parar nessa cidade?
Não gosto desse lugar, quero viver naquele
Lugar onde as marés espumam bordados e
Rendas, quero correr pela praia onde viveu
José de Alencar, quero viver *morrer nesse
PAÍS CEARÁ. Com ele me identifico.
No Ceará tanto faz está só *acompanhado
Para todos os lados que vou sou felizardo...
De um lado praia do outro lado mais praias
Cada uma mais perfeita que a outra, cores,
Sol, marés, água de CÔCO gelado e picolé.
Os ventos daqui sopram poesia as pessoas
Falam com alegria o sol não causa nostalgia,
Poetas se engasgam com os ventos, a cura
Eles encontram nas violentas marés.
Depois de um dia de apoquentação calção
Um par de chinelos, dá um mergulho, une
Forças respira vai dormir amanhã outro dia
vai fazer tudo outra vez até a vida acabar.