Águas
Embriaguei-me no azul profundo desse teu olhar
Inebriei-me do profundo deleite de te amar
Afoguei-me, pois, em ti, encontrei mar
Porém, agora, é chegado o momento de as velas içar
Disparar para bem longe, além-mar
Pequenas porções de terra
Para meu fôlego suprir
Devo tornar a navegar
Lembrar-me correnteza
Lembrar-me antes de ti
Estes abissais, já os conheci
Com outras cores
Outros oceanos
Agora, é o sinal
Devo partir
Meu rio em teu mar sumiu
Preciso reorvalhar
Tornar às nascentes
E desprender-me em outros cursos
Como chuva serena
Talvez
Seria bom ser mais suave
Só quero esquecer-me de ti
Pra não esquecer de mim
Este choque de águas tão intensas
Fez-me admirar tua fortaleza
E, perdendo-me em te ver,
Desviei-me de mim
Águas paradas perecem
Devo retomar a descoberta de novos cursos
Adeus oceano
Adeus mar